terça-feira, 12 de junho de 2012

Hoje digitei uma carta escrita ha um tempo atras, quando sentia necessidade de pedir desculpas a alguém que eu havia magoado e feito acreditar em todas baboseiras que eu falava, imaturidade faz a gente fazer um bucado de idiotices pela vida, em uma delas, perdi alguém que me fazia feliz sem me dar conta do quanto eu era feliz. O texto não tem título, e vem com algumas citações de uma escritora que soube descrever muito bem toda dor que eu sentia, obrigada por me entender Martha Medeiros.

A vida é assim com desculpas e perdões, e sei que leva tempo para conseguir seu perdão, venho de forma mais singela, pois quem escreve constrói um castelo, e quem lê passa a habita-lo.
Se habitar apenas um pouquinho nestas palavras da forma mais intensa que consiga sentir, quem sabe um dia conseguirá me perdoar. Queria chegar a ti de todas as formas possíveis, mas sei que isso é algo quase impossível. Queria dar um tempo, isso mesmo tempo para esquece-lo, tempo para tirar tudo isso dentro de mim, e eu sei que vai sair, um dia vai.
Sabia que todos os dias depois que te enviei o email de pedido de desculpas, eu olhava minha caixa de entrada na esperança de uma resposta sua, nem que fosse me dizendo para nunca mais te procurar, hoje eu sei que o silêncio é a pior resposta. Eu só queria um sinal, que se importasse comigo, mas o silêncio deu conta de responder por si só, e depois de longos dias, percebi que não existia nenhuma forma de importância para ti.
Conhece a palavra 'arrependimento', ela tomou conta de mim pelo esses longos dias e sei que continuará aqui por um longo período ainda, se passará o verão, o outono, o inverno, a primavera, voltará o verão, e o tal do arrependimento ainda estará aqui.
Em partes do email, te escrevi (pra mim, foi uma das melhores partes) ..' hoje me pergunto se você realmente gostou de mim? ..da minha parte você me fez feliz, e eu sei exatamente quando, onde, como, porque, em contra partida olho para trás e não me lembro de ter feito você feliz da mesma forma, ao menos não com o minimo de seriedade: você nunca me considerou um albergue, um porto, um repouso. A impressão que eu tinha é que minha presença funcionava como um dispositivo que fazia você entrar em euforia ou em um surto.' (Martha Medeiros)
E era exatamente assim que as coisas aconteciam, eu e você, você e eu, mas nunca nós, nunca houve nós.
Fantasio que por nunca ter havido o 'nós', que o desrespeito chegou, isso tinha de sobra, a falta de respeito!
O fato de transgredirmos nossas próprias regras só demonstra que estamos conscientes de que cada dia aprendemos um pouco mais, ou desaprendemos um pouco mais, o que também é amadurecer, não estamos congelados em vida, podemos mudar de ideia, podemos representar no mundo, podemos nos olhar no espelho de manhã e dizer: bom dia, muito prazer, ninguém precisa ficar desconcertado diante de alguém que se desconstrói as vezes. (Martha Medeiros)
Me sinto destruída pelas minhas atitudes, e estou no processo de construção com o resto que sobrou. Poucas coisas sobraram, a sua indiferença me sobrou, entre outras coisas, como vergonha na cara, dramas, mentiras que eram verdades.
Eu estava precisando fazer uma faxina em mim, jogar fora alguns pensamentos indesejados, é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar-se, desprender-se.
Cometi grandes erros, acolhi um erro ao outro, lembro de todas as mentiras, apenas queria você, mesmo sobre mentiras, sabe de uma coisa, amor não se implora, não mesmo. Não se pede, não se espera, apenas se vive, é talvez isso não tenha acontecido com a gente, as vezes acho que era apenas uma mentira vivida por nós.
Dizem que ser autêntico é a melhor e unica forma de agradar, não venho escrever pra ti para te agradar, mas me sinto autêntica, sei que talvez não acredite em mim e eu sofro por isso. Mas ainda bem que Deus inventou o choro para o homem não explodir com suas angustias.
Ignorar os fatos não os altera e saiba que perdoar e esquecer nos torna mais jovens, e eu aprendi que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito, e eu escolhi escrever e demonstrar que me arrependi e te pedir desculpa pelas bilhares de idiotices que me fez te perder. Peço desculpas pelas brigas idiotas, pelas mentiras mais perigosas. A culpa é um dos piores sentimentos que se pode sentir, é como se sentir sujo, e implorar por um sabonete.
Se estou aqui escrevendo, é porque percebi as burradas que havia feito, eu não soube respeitar o que você sentia e agora to aqui tentando respeitar minhas dores, angustias e sentimentos.
Não estou aqui me lamentando pelo fim, ele era necessário mesmo, eu sempre soube disso, mas ser covarde, era uma forma muito mais fácil de viver.